quarta-feira, 24 de dezembro de 2008

Bons Amigos



Amigos da blogosfera,

Queria escrever algumas palavras desejando alegrias, prosperidade, sucesso, saúde e todas essas coisas boas que a gente deseja para os amigos nessa época do ano.

Mas dessa vez meu principal desejo a todos vcs é que continuem sendo esses bons amigos que vcs tem sido durante todo esse tempo que nos conhecemos, e que vcs tenham, mantenham e conheçam novos bons amigos, em 2009.

Final de ano é época de renovação, de reflexão e de planejamento.
Que em 2009, a amizade, a espiritualidade, a cordialidade e a consciência de um mundo melhor estejam presentes em todos os dias do ano.


BONS AMIGOS

"Abençoados os que possuem amigos, os que os têm sem pedir.
Porque amigo não se pede, não se compra, nem se vende.
Amigo a gente sente!
.
Benditos os que sofrem por amigos, os que falam com o olhar.
Porque amigo não se cala, não questiona, nem se rende.
Amigo a gente entende!
.
Benditos os que guardam amigos, os que entregam o ombro pra chorar.
Porque amigo sofre e chora.
Amigo não tem hora pra consolar!
.
Benditos sejam os amigos que acreditam na tua verdade ou te apontam a realidade.
Porque amigo é a direção.
Amigo é a base quando falta o chão!
.
Benditos sejam todos os amigos de raízes, verdadeiros.
Porque amigos são herdeiros da real sagacidade.
Ter amigos é a melhor cumplicidade!
.
Há pessoas que choram por saber que as rosas têm espinho,
Há outras que sorriem por saber que os espinhos têm rosas!"

(Machado de Assis)


É isso! Que todos tenham um jardim de espinhos cheio de rosas...

Feliz Natal e um Ano Novo de muita amizade.
Bjs e abçs

quarta-feira, 17 de dezembro de 2008

Just ashes...


How do you feel?
And how do I feel?
This is nothing new…
For you I was just a flame
Burning fast...

What I really need
is what makes me bleed…
Like a new disease,
it’s still too young to treat

But my time is running wild
And I still don’t know what I was waiting for

How do I feel?
And how do you feel?
Don’t worry…
At my new world
Ashes are just ashes…

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.
Apenas cinzas...

Como você se sente?
E como eu me sinto?
Isso não é nenhuma novidade...
Para você eu fui apenas uma chama
Queimando rápido...

O que eu realmente preciso
é o que me faz sangrar...
Como uma nova doença,
que ainda é muito nova para se tratar.

Mas meu tempo corre loucamente
E eu ainda não sei pelo que eu estava esperando.

Como eu me sinto?
E como você se sente?
Não se preocupe...
No meu mundo novo
Cinzas são apenas cinzas...

sexta-feira, 12 de dezembro de 2008

Cala-te



Calo-me por uns instantes...
na tentativa de que escutes o que grito.

Pois se é no intervalo entre as palavras e os silêncios
que mora o vazio do que nunca foi dito.

Então...
Calo-me para sempre...
... na esperança de que digas alguma coisa...
algum dia...


_____________________________________________________

.
Pergunta do dia:
.
Como pode o silêncio fazer tanto barulho dentro da gente???

......................................................................................

Retificação da pergunta do dia:

Como pode o silêncio (do outro) fazer tanto barulho dentro da gente???



quinta-feira, 11 de dezembro de 2008

Natimorto


Tivesse sido prematuro o nosso amor
ou talvez, quem sabe...
simplesmente abortado.
.
Antes, pudesse ser só amor...
...um amor natimorto.

Não precisaria assim,
meu coração,
ter sido dessa forma destruído.

quarta-feira, 10 de dezembro de 2008

Pobreza e cultura...

*Interior do Globe Theatre, em Londres, que foi totalmente reconstruido.


Muitos aqui na blogosfera não sabem, mas sou designer e trabalho com vidro. E também sou professor de técnicas artesanais de trabalho em vidro, como fusing e casting (patê du verre).
Em agosto, fui convidado a dar aulas em Santo André, cidade que pertence a Grande São Paulo, em um projeto da prefeitura chamado Rede Cultural.
Santo André é uma cidade cuja prefeitura é famosa por incentivar e cuidar da cultura de forma exemplar junto aos munícipes, dando acesso a uma série de oficinas e eventos às camadas mais pobres da população local.
Esse projeto, Rede Cultural, começou a ser implantado há 12 anos, na administração do prefeito Celso Daniel, excelente ser humano e excepcional administrador que, infelizmente foi assassinado há alguns anos como todos sabem.
Estou dando aulas para duas turmas, uma à tarde e outra à noite, e o curso termina nesta semana.
Assumo, sem querer parecer pedante ou coisa que o valha, que um curso de fusing ou casting pode parecer ser uma coisa meio elitista, afinal é um curso geralmente procurado por pessoas pertencentes a uma certa elite, não só financeira como também social, intelectual e cultural.
Minhas turmas são compostas por sua grande maioria, de mães de alunos, coordenadores e funcionários das EMEI’s da cidade — ou seja, um público exatamente oposto à elite a qual eu estava acostumado a dar aulas.
Quando fui convidado pelo pessoal do Rede Cultural, recebi com muita empolgação esta tarefa, mesmo que fosse para trabalhar de graça, pois sempre acreditei que o acesso à cultura (e a arte) de forma geral, é um dever fundamental do governo junto à população. Uma nação só se desenvolve através da cultura e da educação. É essencial isso! No meu entendimento é tão ou mais importante do que a saúde ou qualquer outro tema. É fato que sem cultura um país não se desenvolve! São pontos fundamentais para que um país se torne de fato uma nação desenvolvida. E olha que o Brasil tem um potencial extremamente rico nesse sentido, só falta realmente vontade política e um pouco de vergonha na cara de nossos governantes... enfim, não é esse o ponto que quero falar.
Alguns dias atrás, conversando com um amigo, ele me contou sobre uma pessoa que falou para ele que achava uma besteira oferecer cultura, em qualquer forma que seja, para a população mais carente. Que pobre não gosta de cultura, que não sabe dar valor, que é um desperdício...
Amigos, desculpem-me, mas ignorância tem limite... E olha que não é a primeira vez que escuto esse tipo de besteira.
Não precisa nem fazer grandes estudos sobre isso... basta ver nos noticiários, quando, por exemplo, o governo ou mesmo a iniciativa privada, oferece algum tipo de entretenimento cultural gratuito na cidade ou na periferia. Lotação esgotada!!! Sempre! E com um público, em sua maioria, composto por essa parte da população menos “abastada”.
É um erro (burro) achar que se a pessoa não tem um certo nível “socio-intelecto-cultural” (elitista isso), ela não saberá aproveitar, ou ela não irá querer... Burrice pura!
Basta pegar Shakespeare, por exemplo. Apesar de um certo elitismo rondar a sua vasta obra, clássica (e só por esse termo já ser cerceada por uma aura pseudo-intelectualóide), Shakespeare era extremamente popular. Suas peças de teatro eram representadas para o povão, para as pessoas mais humildes, sem um pingo de formação ou estudo. E era um estrondoso sucesso. O povo que fez Shakespeare ser o que ele é, sem tirar o mérito, é óbvio, da riqueza da sua obra.
Mas nem vou me ater a essa discussão, porque infelizmente ainda muitas pessoas realmente pensam assim. Coitadas!
O que quero contar é sobre o espetáculo de encerramento do ano letivo do Rede Cultural, que se deu hoje no Teatro Municipal de Santo André.
O Rede Cultural tem várias atividades e oferecem diversas oficinas a toda essa população mais “carente”, assim como também trabalha com a capacitação dentro da rede pública de ensino, formando professores em diversas áreas ligadas as artes.
Como outros educadores que trabalham para o Rede, eu também fui homenageado nessa festa de encerramento, o que muito me comoveu, tenho que confessar.
Passada as burocráticas mas sensíveis solenidades, que se deram logo no inicio da festa, começou em seguida um show. Uma apresentação dos alunos com todas as áreas que o Rede Cultural atuou nesse ano que esta acabando. Circo, teatro, música, dança, instrumentos, expressão corporal e etc...
Como a Prefeitura de Santo André sempre incentivou isso tudo, então não se via desperdício nem esbanjamento de dinheiro, mas também não se via falta de recursos. Tudo em ordem, tudo funcionando, tudo certo como deve ser mesmo.
Se vocês tivessem a noção do capricho, do cuidado com cada detalhe... Impressionante. Os figurinos, os adereços, a iluminação... tudo parecendo coisa (dita) de “país desenvolvido”.
Eu, por pertencer a uma certa elite, dentro desse nosso Brasil, já tive acesso á muitas coisas legais e bacanas, inclusive essas de “país desenvolvido”. Já tive o privilégio de ver muitos espetáculos, dos mais simples aos mais sofisticados, e digo, com propriedade, que a apresentação que vi hoje, era coisa sim de “país desenvolvido”. Mas além da maravilha de espetáculo o que mais me deixou fascinado foi a audiência, o público.
Cheguei cedo ao teatro, com medo de me perder no caminho, e quando abriu-se as portas do teatro no horário marcado, não mais do que 20 pessoas estavam aguardando para entrar. Com um certo sentimento de pena talvez, achei uma grande sacanagem, tão poucas pessoas presentes.
Sentei-me em uma poltrona perto do palco pois teria que subir para receber minha homenagem na hora que fosse chamado. E aguardei pelo início.
Para minha satisfação (já no nível pessoal, nessa altura do campeonato) o teatro começa a encher, mais e mais pessoas começam a chegar e a lotar a platéia do grande e imponente Teatro Municipal de Santo André. E quem era essa platéia? Além de alguns poucos políticos da região, secretários municipais e incluindo o prefeito, mães e alunos das várias EMEI’s da periferia de Santo André. Funcionários, alunos, filhos... Gente muito simples que havia colocado a melhor roupa de domingo para ir ver o filho ou sobrinho se apresentar naquele palco, demonstrando o que havia aprendido nas oficinas ao longo desse ano que passou, pessoas que nunca tiveram a oportunidade de ir a um lugar suntuoso como aquele. O Teatro lotou, e lotou, pessoas em pé no fundo e sentados nos corredores. Gente saindo pelo ladrão, como dizia minha avó.
Foi emocionante perceber a euforia e ansiedade que circulava por entre aquelas pessoas, aqueles pais e mães, professores, filhos e funcionários... o Teatro se iluminava com o brilho daqueles olhos vidrados e ansiosos... Só ai já teria valido o espetáculo... mas teve mais, muito mais.
Começa a trilha sonora, as luzes se apagam, a cortina se abre e sob gritos e assobios ensudercedores, o espetáculo começa. Costumo ser um pouco exagerado, mas juro que estou sendo bem comedido agora. A minha primeira impressão foi de estar sentado em um teatro da Broadway, assistindo a algum daqueles famosos musicais.
Impecável é a palavra exata.
Música, efeitos especiais, projeções, figurino... tudo.
E ali, sentado naquela poltrona, vi uma maravilha de espetáculo.
Apesar dos números simples em termos de malabarismos, danças e atuações, afinal são crianças pertencentes a uma população carente mesmo, em todos os sentidos, e que tiveram apenas alguns meses de oficinas, o que mais me chamou a atenção foi a reação do público. Parecia que eu estava em um estádio de futebol ou então em algum show de rock com fãs adolescentes enlouquecidos perante seus ídolos. Havia uma interação da platéia com os “artistas”, dignos da época de Shakespeare. Cada um que entrava em cena, os familiares gritavam, assobiavam, levantavam, tiravam foto, davam tchauzinhos com os braços erguidos, falavam... foi uma coisa impressionante.
Confesso, que nos primeiros minutos estranhei muito, acostumado que sou a “teatros de elite”, onde o silêncio impera durante todo o espetáculo. Mas logo nos minutos seguintes, ao ver aquela manifestação tão sensorial e espontânea, me veio à mente exatamente uma cena de filme sobre a época de Shakespeare, quando no Globe Theatre, em Londres, o público, em pé, pois não existiam cadeiras nos teatros da época, interagiam com os atores e seus personagens em cena, gritando, assobiando, falando e dando opiniões enquanto eram encenadas as peças do bardo.

Me vi, por alguns instantes, lá em Londres, no Globe Theatre, no século 16, assistindo a uma peça de Shakespeare, interagindo, falando, gritando... E adorando tudo aquilo.

Finalizando, o espetáculo foi sensacional, em todos os sentidos...
Do início ao fim. Impecável na produção e na interação da platéia (que ocorreu durante todo o espetáculo)... até mesmo no final, quando a platéia extasiada, não cansava de aplaudir aqueles jovens “artistas”, mais extasiados ainda, pulando freneticamente sobre o palco do imponente Teatro Municipal de Santo André.
Que experiência fantástica pude viver hoje.

E depois ainda tem gente (ignorante e estúpida) que tem a coragem e a insensatez de falar que “pobre” não gosta de cultura...
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.
Ontem, dia 11/dezembro, fiquei sabendo que mais de 200 pessoas ficaram de fora da festa no dia do evento. O teatro já estava com a lotação máxima possível e por medidas de segurança não foi permitida a entrada de mais pessoas.

sexta-feira, 5 de dezembro de 2008

Ruídos...


No silêncio oculto de nossas palavras

Residia o nosso amor

No barulho ensurdecedor de nossos silêncios,

a nossa paixão.

E entre o silêncio e a palavra

Um vazio...

Voltei!

Uma passagem...
Uma passagem apenas. Uma mudança de dimensão.
Do físico para o etéro... para o eterno.
Uma viagem...


(Mais tarde tem postagem nova.)

quarta-feira, 3 de dezembro de 2008

segunda-feira, 1 de dezembro de 2008

A nossa hora...


5 horas...
Para mim ou pra você?
Não importa...
Qualquer hora pode ser 5 horas,
...em algum lugar do mundo.

É a nossa ausência
um do outro,
que realmente importa...

Por que se é no desencontro de horários que reside a nossa dor
O que importa a hora, afinal?
5 horas...
A dor da nossa ausência se desfaz às 5 horas...

Para mim ou para você...
Não importa!
Em algum lugar do mundo agora são 5 horas
E se é esse o nosso horário
É lá que estarei a tua espera... sempre!

sexta-feira, 28 de novembro de 2008

Ausência.

Mais um dia,
Mais uma noite...
Fria!
...e sem vc!

Entendo a distância.
Entendo o tempo e as circustâncias.


Mas queria-me o coração seco, por vezes
ou até a mais plena e perfeita ignorância...
Para não sofrer com tua ausência
ou ter que viver dessa saudade.

quarta-feira, 26 de novembro de 2008

Um pequeno intervalo para Quintana...


"Quando duas pessoas fazem amor
Nao estão apenas fazendo amor
Estao dando corda ao relogio do mundo"

Mario Quintana

sábado, 22 de novembro de 2008

Pausa


Uma pausa apenas.
Queria minha vida em estado de pausa...
... por um tempo.
.
Queria perpertuar um momento...

Quem sabe assim
a distância se torne menor,
o tempo passe mais rápido,
o espaço seja mais curto,
e o coração sofra menos.

Quem sabe...

quinta-feira, 20 de novembro de 2008

3:AM Magazine Brasil

Estou até constrangido em fazer esse post...

O Beto Canales, novo editor, juntamente com a Jana, do site 3:AM Magazine Brasil, me convidou para mandar algum material para ser publicado no site. Para minha surpresa eles gostaram e publicaram.

Se puderem dêem uma passada por ...

Meu muito obrigado ao Beto, a Jana, a Zan e ao site 3:AM Magazine Brasil (que é o lado brasileiro do 3:AM Magazine, em inglês).

Obrigado também ao Adriano Queiroz do Palavrinhas & Palavrões, pela força e incentivo.

Abração, de coração.

=)



PS: Ah, sim... meu nome é Fábio Mráz mesmo... (rs)

terça-feira, 18 de novembro de 2008

Nada


Hoje o vento soprou sobre o meu corpo
Mas não voei pra lugar algum...

Hoje o sol acariciou meu rosto
Mas não aqueci lugar algum...

Hoje o chão caminhou sob os meus pés
Mas não cheguei a lugar algum...

Mas a vida me deixou marcas...

Hoje eu me senti um nada,
em lugar algum ...

sábado, 15 de novembro de 2008

Trouxa!


Às vezes me sinto um trouxa.

E olha que (por outras razões que nem vale a pena comentar aqui) já fui muitas vezes enganado e outras tantas mais, usado. E aprendi com tudo que já passei. Hoje em dia tenho mais cuidado nas relações humanas, pelo menos eu acho que um pouco mais de cuidado eu tenho sim. Ou eu tento ter.

Mas eu falo tudo isso somente quando cai a ficha de, mais uma vez, ter sido usado ou enganado. Daqui a pouco essa sensação passa. Eu sei disso, me conheço.

Mas é engraçado mesmo como a gente pode se enganar com as pessoas. E eu sou assim, tenho esse lado, me engano muito fácil com as pessoas.
Isso sempre me atrapalhou um pouco.

Muitas vezes, depois, claro, quando me sinto usado ou rejeitado, me acompanha um sentimento, não de revolta, mas de inconformismo. Prometo pra mim mesmo que nunca mais vou me deixar “enganar”, que vou prestar mais atenção, que vou ser mais esperto... enfim, prerrogativas que me vem a cabeça somente nessa horas de inconformismo e frustração (sim, frustração comigo mesmo).

Mas de nada adianta, depois de meia hora, eu já estarei completamente vulnerável a me enganar com o outro novamente.

Admitir que isso é um defeito que eu tenho?
Ok, eu admito!
Mas, fazer o quê?

Nem sei se é exatamente esse lado meu que me faz ser quem eu sou.

Acredito, acredito mesmo nas pessoas. E vou continuar acreditando.

Na minha vida conheci pessoas muito especiais, que tenho muito orgulho de ter conhecido. E acho que exatamente por causa dessas pessoas que cruzaram meu caminho durante minha vida, é que continuo com esse meu defeito... e digo aqui que vou continuar.

Eu acredito na boa fé dos outros. Sempre!
Mesmo por que, no dia que eu deixar de acreditar, esse mundo e a vida não farão mais sentido nenhum. Mesmo.

Que mundo será esse, se não acreditarmos mais no outro?

Continuo (conscientemente) dando murro em ponta de faca, cabeçada na parede e levando balde d’água gelada na cara...

(e eu espero que cada vez menos)

Vai ver que é bom...
... pra aprender, algum dia, a deixar de ser trouxa.
.
.
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.
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E como se diz por ai, o pior de ser trouxa é quando não se percebe que está sendo trouxa... ou quando só descobre que foi trouxa muito tempo depois.

quarta-feira, 12 de novembro de 2008

Esquinas












* Instalação "Quarteirão" de Ana Holck (2004)


Numa das esquinas da vida encontrei você.
Andamos juntos,
lado a lado,
por todo aquele quarteirão de vida...
Como se nunca tivesse fim...


Mas o fim chegou,
e na esquina seguinte,
você virou...


E seguiu.

segunda-feira, 10 de novembro de 2008

Prazo de Validade


I’m running out of time…
… our time.
It’s sold out.
It’s out of date.
It’s over...

É isso!
Estou ficando sem tempo...

sábado, 8 de novembro de 2008

Sarajevo (em mim)

*Foto: O que restou da Biblioteca Nacional de Sarajevo após os conflitos étnicos nos Balcãs.


.
Aquela noite não consegui dormir. Rolava na cama de um lado para o outro e minha cabeça não parava de pensar... de pensar em 1 zilhão de coisas ao mesmo tempo e mesmo assim pensar em nada... no vazio. Finalmente, lá pelas tantas da madrugada, acabei dormindo e sonhei que estava em Sarajevo. Sim, ainda na época dos conflitos sanguinários que culminaram com a extinção da antiga Iugoslávia.
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Era como se eu estivesse esperando por um ônibus, num local de fronteira religiosa como tinham tantas naquela região... Algumas outras pessoas estavam por ali também, à espera.
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Ninguém falava nada, o silêncio era aterrorizante, uma leve brisa silenciosa tocava em meu rosto e uma nervosa apreensão pairava no ar. Todos estavam com expressões tensas em seus rostos. Tristes, eu diria. Era como se a pessoa ao seu lado pudesse ser um inimigo mortal e mesmo assim todos apavorados e letárgicos.
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Acordei assustado... e voltei a dormir novamente. O sonho continuava. Encontrava-me agora em uma casa sombria, como um mosteiro. Tudo estava em silêncio, quando de repente, uma sirene dispara e poucos segundos depois, começam a explodir bombas em toda parte. Estávamos sendo bombardeados. Havia padres na casa, que surgiam não sei de onde, e que corriam para se proteger. Vestiam batinas pretas, botinas velhas e surradas, eram jovens e bonitos...
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Tentei correr para me abrigar também, mas sentia-me paralisado. Era como se estivesse ali, no meio daquela confusão apenas como observador. Apesar do pavor e da destruição a minha volta, era como se existisse uma certeza, intrínseca, de que eu não iria me ferir.
Mas o medo era real, ele existia em mim, naquele momento de pânico. De repente, apenas há poucos metros de onde eu estava, uma bomba explode, bem ao lado de um jovem padre que tentava se proteger. Voam pedaços do corpo do jovem padre e da casa para todos os lados e um enorme buraco abre-se no teto. Sinto meu corpo sendo atingido por fragmentos de tijolos, carne humana e sangue...
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Olho para cima e vejo um céu estrelado como talvez nunca tivesse visto... Uma linda noite estrelada de inverno... Dava para ver ainda um avião passando alto, com seu rastro, voando suavemente muito alto sobre a casa e... acordo.
.
Não conseguia mais dormir.
.
3:20 da manhã.
.
Visto minhas calças, uma camiseta e meu velho tênis.
Pego carteira, chaves, celular e meu maço de cigarros e saio para caminhar pela Avenida Paulista, pensando...
.
Que guerra é essa que estou travando dentro de mim?

Quereres


Quero-te...

muito
bem...

...para desejar-te
mal.
.
E por desejar-te tanto...
.
...bem
.
Mal...
... por não te ter.

sexta-feira, 7 de novembro de 2008

Lembranças

Não sei...
As vezes me vem, vagamente a memória, lembranças de estar há vários dias em uma...
Parece-me uma antiga estação de trem...
Uma certa confusão... fazia um frio de rachar, várias pessoas passando, rostos desconhecidos... E eu nem sabendo o que estava fazendo lá.

É como se não tivesse para onde ir...

Em alguns momentos durante o dia, o movimento aumentava... pessoas caminhando apressadas... muito barulho... e durante a noite, silêncio, apenas uma ou outra pessoa que passava em passos largos...

O que eu estava fazendo naquele lugar ?...
Sentia-me queimar o estômago e meus dentes batiam de frio.
Eu não sabia onde estava, nem porque estava ali, eu simplesmente estava.

Quando me dei por mim, ali naquela estação, revirei meus bolsos e só encontrei algumas moedas e um velho bilhete de metrô.
E nesse exato momento foi que tentei lembrar meu nome, pelo menos o meu nome... e constatei apavorado que nem meu nome eu lembrava.

O que eu estava fazendo ali ? Por quê ? Há quanto tempo eu estava vagando por aquela estação? Qual era o meu nome ? Qual era a minha idade ?...

Perguntas, perguntas, perguntas que não cessavam...

Lembro-me agora que durante 3 dias aproximadamente, essas perguntas me atormentaram a alma...
Mas chegou um ponto em que a angústia me tomou por inteiro. Impediu-me de continuar a raciocinar e simplesmente, parei de pensar...

E continuei a vagar por aquela estação, tentando apenas sobreviver...
Pegando restos de comida pelas lixeiras para me alimentar e andando...
... andando para não me lembrar... andando para não congelar meus frios e úmidos pés.

quarta-feira, 5 de novembro de 2008

Weight


To me sentido leve...
Meu coração descarregou,
Suave...

Emagreci!
Na alma, na mente e no coração...
Expulsei de mim, o peso que carregava.
Sem nem ao menos saber o por quê.

E, como uma pluma a flutuar,
no ar...
Leve estou... na alma.

Emagreci!
(onde eu mais estava pesado...)

Brilhos e Lágrimas


Sorrir, chorar
As saudades, mutilar
As esperanças, acreditar

E sorrir...
As lágrimas derramadas.
E chorar...
Os risos dedicados.
E juntar...
Os pedaços quebrados.

As saudades, as desavenças, as esperanças.
Sorrir...
Numa paz que possa te encontrar
Te fazer chorar...
Te fazer sorrir...

terça-feira, 4 de novembro de 2008

Passos


Hoje, andando pela rua,
caminhei sem passos...

Já faz um tempo que nossos pés se desencontraram,
...que não seguem mais pelo mesmo chão.
.
Os caminhos já não são mais os mesmos...
Onde piso, já não encontro mais você.
.
Vou seguindo... vou caminhando...
Só sei que vou...
Para onde irei, eu não sei...
O chão vai me levar.

Quem me guiará?
Meus pés...
... o chão...
e o meu coração!

domingo, 2 de novembro de 2008

Quanto vale?




Ai, que meu coração já valeu bem mais que um punhado de ar...
...que uma palavra não dita...
...que o silêncio sepulcral dos seus lábios.

sábado, 1 de novembro de 2008

Despedida




A busca frenética
Hermética.
O mundo aqui fora
Lá dentro a vida...
Ou vice-versa.
Não há mais saída.
Não há mais sorrisos
Não há mais alegria
Não há mais tempo...
Simplesmente,
Queria te ver...
...mais uma vez.

Reflexão

(à Alberto Caeiro)

Um reflexo refletindo um espelho.
Na alma,
se distorce o espelho.

Um reflexo refletindo uma alma.
No espelho,
se distorce a alma.

Uma alma, um espelho.
Um reflexo, uma imagem.

Um espelho, uma imagem certa.
Uma alma, um reflexo incerto.

A imagem de uma alma,
refletida num espelho.

Uma alma que se quebra,
assim como um espelho.

sexta-feira, 31 de outubro de 2008

Próxima parada...


Rio de Janeiro
São Paulo
Salvador
São Paulo
Rio de Janeiro
São Paulo
Londres
Estocolmo
São Paulo
... Curitiba (?)

quinta-feira, 30 de outubro de 2008

O gosto do chão


Hora de se levantar...

Algumas vezes nos vemos no fundo...
No raso...
Dai é só pra cima que se pode olhar...
É só pra cima que se pode cair...

As marcas do chão ficam ali,
Enlameando nossa carne,
Impregnadas em nosso corpo,
em nosso coração...

Pra gente se lembrar sempre,

do gosto do chão...
... e do sabor do ar.

segunda-feira, 27 de outubro de 2008

Espera

Fiquei a tua espera...
...mas você não apareceu.

Nem eu...


Você existe ?
Eu não.

sábado, 25 de outubro de 2008

Guarde as armas


Estou machucado, ferido...
Ferido de guerra...
E saio sangrando da luta...
Ergo barreiras a minha volta,
Muros altos e intransponíveis.
E me armo até os dentes...

Quando me percebo devastado e vulnerável, faço isso.
Tento me proteger... um pouco que seja...
E até penso em atacar.
Afinal, pra que continuar sangrando?
Pra que me esvair sem forças pra continuar...

Uma armadura.
Apesar de estar em pedaços,
tento juntar o máximo de mim possível,
E me armo... até os dentes.

E qual a melhor defesa se não o ataque?

Calma, calma...
Guarde as armas...

sexta-feira, 24 de outubro de 2008

Descompasso



Quando um amor se vai, fico acreditando que não serei capaz de amar novamente.
É como me sinto...

Sei que vai acontecer... (pelo menos tento acreditar)

Mas fica um vazio, uma falta, uma dor,
fica uma morte... fica ainda o amor.

(Hoje de manhã, romântico que sou, achei que estava prestes a conhecer um novo amor...)

Ao olhar... um descompasso do coração, um tremor leve das pernas...
Ao conhecer... um frio subindo a espinha, um ligeiro rubor nas faces...
Ao falar... um olhar atento, um gesto elaborado...
Proposital.
Uma alegria contida, um sorriso tímido...
Incontrolável.
A fala truncada e envergonhada...

Será amor? Ou uma atração?
...
Que pena, apenas tesão.

quarta-feira, 22 de outubro de 2008

Falta-me (*)






Queria ouvir-te, mas me falta tua voz
Queria falar-te, mas me falta teus ouvidos
Queria olhar-te, mas me falta teus olhos
Queria sentir-te, mas me falta teu corpo
Queria ter-te, mas falta-me...






(* com uso de uma pequena licença poética)

terça-feira, 21 de outubro de 2008

Amistad


Tenho me sentido órfão de amigos ultimamente... fisicamente...
Eu sei quem reside em meu coração...
Talvez eu só tenha percebido agora, que o tempo passou.
As velhas amizades, aquelas verdadeiras se foram por esse mundo afora.
E me intriga isso.
Sempre se ouve esse tipo de história quando se é do interior, de uma cidade pequena, quando o mundo extravasa aqueles limites do município onde se nasceu e se criou. Tudo fica pequeno demais pro tamanho da própria vida e não resta outra coisa a fazer além de sair pro mundo...
E é ai que é estranho, nasci em uma capital, cidade grande, e mesmo me considerando um cidadão do mundo, por tantos lugares em que já morei e vivi, sempre foram cidades grandes, capitais... Fui deixando minhas raízes crescendo em todos essas cidades, e principalmente aqui em São Paulo, onde mais vivi até hoje... e aqui, onde mantive minhas amizades mais sinceras e verdadeiras, é onde me sinto mais órfão...
Meus amigos se foram para o mundo... fizeram o caminho inverso... foram para cidades pequenas e longínquas, pelo interior desse nosso Brasil...
Acredito que a amizade seja um movimento... novas amizades vão se formando, as velhas se mantendo... sempre acrescentando...
Será que o culpado sou eu? Será que não consegui manter os meus amigos perto de mim? Nesse mundo louco que a gente vive, qual a minha parcela de culpa em ter-me feito órfão de meus amigos? E as novas amizades? Será que, a partir de uma certa idade, não se é possível criar novas amizades?
A amizade nasce com o tempo, com a convivência... Será que não prestei a atenção devida a esse tempo que não para de passar?
Como cidadão desse mundão de meu Deus, sei da minha parcela de culpa, afinal fui eu quem sempre foi embora pra depois voltar... e sempre deixando raízes, tenho certeza disso.
Acho que tenho que admitir que, antagonicamente, dessa vez, sou eu que estou me sentindo “abandonado” das minhas amizades. Foram elas que foram embora e eu fiquei... Sei que elas continuam dentro de mim... nunca irão morrer, mas...
Criar novas amizades?
Será que o tempo permitirá?
Existe tempo pra isso?
Ou será que está na hora de, mais uma vez, sair em busca de uma nova paragem?
Tenho me sentido órfão de amigos ultimamente...

Pode ser mais fácil...uma nova cidade... novas amizades...

domingo, 19 de outubro de 2008

Pare de sonhar...


— Eu me lembro da dor... era como um peso, uma força danada, insuportável. Me tomava por completo... e foi naquele momento que eu ... AHHH!!!... E a dor continuava... e me torturava... Percebi de onde ela vinha, mas não o que a causava... Eu me lembro muito bem da dor e pela primeira vez... pela primeira vez na minha vida, acho que rezei... mas eu não lembro... Só lembro que quanto mais eu rezava, mais a dor me torturava...
Foi quando eu... AHHH!... comecei... aquele calor... aconchegante... reparador... AHHH! Eu não agüento mais...

— Me desculpe, me desculpe...

— Shhhh Shhh... Pare de sonhar... Vai passar, vai passar... Tudo vai passar... É hora de partir...

sábado, 18 de outubro de 2008

Observação


Observando...
Verdes campos.
Linda grama
aparada; Amparando
cinzentas cidades.
Horrível asfalto
preto; Perto,
azul rio.
Cristalina água
calma; Karma
que tenho que
levar; Lavar
a consciência suja.
A pura coincidência
de suportar; Superar
o anil do céu...
O ar...
Transparente.
Transpassar a parede.
Se tornar invisível e sumir.
Assumir.
Todos os atos, observar...
Sumir...
Refletir...

Restos...


Sinto uma parte do meu coração inerte,
como um infarto parcial...
Um pedaço dele jaz morto em meu peito.
Sem um fio de vida sequer, ele apodrece, definha e escurece.

Causa uma dor enorme sentir uma parte de si mesmo morrer.
Sentir um pedaço da gente esvaindo-se por pura falta,
por puro descaso, por puro desamor...

Mas a natureza é sábia.
Enquanto uma parte morre, sinto outra nascer, brotar, florescer dentro de mim...

Mas a intensidade da dor de um amor morrendo é inevitável...

Então, com um olhar sob esse novo coração, inteiro, ainda que como em um paradoxo, tento continuar...
— e consigo —
mas no meio desse processo me resta ainda viver o luto.

(Escrevi isso no começo desse ano. E, como num ciclo, penso nisso de vez em quando e por isso postei aqui hoje. Tudo são ciclos... Inevitável.)

sexta-feira, 17 de outubro de 2008

Lágrima II










Dizem por ai
que a lágrima é a forma líquida da saudade...
... ou da dor...
Queria poder dizer...
que a saudade é a forma etérea da felicidade...
Pois, se é saudade, é porque já a vivi...
Queria...

Lágrima

Gota d'água
que transborda
do copo
Como se fosse
Vida
que transforma
A alma
que transfere
A dor, o som
A cor, o dom
Como se fosse
Um eco
do copo
do corpo
que transborda
Água...
Como se fosse
Uma gota de alma
que transborda da vida
Como se fosse
Uma gota d'água
que transborda
do copo...
do corpo...
da vida...

quarta-feira, 15 de outubro de 2008

Esperança II

Oco
Vazio
Ida
Volta
Ar
Vento
Nada
Branco
Tudo
Preto
Úmido
Seco
Não
Sim...
Não
Seco
Úmido
Preto
Tudo
Branco
Nada
Vento
Ar
Volta
Ida
Vazio
Oco
E continuo aqui...

terça-feira, 14 de outubro de 2008

Quatro mil, novecentos e vinte e sete...



Sinto-me despedaçado... em cacos...
4.927 pequenos pedaços de mim...
Esquizofrênizo-me ao me ver em tantas partes assim...

Minha vida partida, cindida...
... desintegrado em milhares de cacos...
Cacos de mim...

Apenas... cacos de mim...
do que sou...
do que era...

Tentei reunir todos os pedaços pra ver o que tinha sobrado...
Nada...

O que me resta fazer... apenas varrer pra baixo do tapete,
disfarçando sem que ninguém perceba,
os caquinhos do que um dia eu fui...

4.927 pequenos pedaços de mim...

quinta-feira, 9 de outubro de 2008

Lei da compensação.

Eu tinha um amigo, já falecido até, morreu muito moço, que quando se alimentava, era sempre até a última garfada do prato, nunca deixava nem um grão de arroz sobrando... Ele falava que se sobrasse comida no prato dele, estaria faltando essa comida em algum outro lugar do planeta. Alguém estaria com fome... com uma fome exatamente do tamanho daquela pequena garfada deixada...

Lembrei de uma historia, que dizem que quando Deus fecha uma porta, uma janela se abre... e isso me fez pensar...

... e isso pode parecer pura bobagem...

Mas fiquei pensando: será que então, quando alguém se entristece, algum outro alguém, em algum outro lugar do planeta, se alegra...???

Seria como um equilíbrio cósmico... alguma coisa assim... para um ter, o outro tem que sentir falta... esse tipo de coisa...

Isso é valido? Essa minha pequena pseudo-teoria teria algum fundamento?

Será que essa tal de Lei da Compensação é realmente valida pro universo inteiro, em todas as camadas, em todas as esferas, em "ser” humano?
Até mesmo quando falamos de felicidade? De amor???

Sei que precisa existir um equilíbrio... sempre... Mas será que até mesmo quando falamos de sentimentos?

Ruim isso... não sei...

Então como vamos acreditar no amor... na felicidade...? Isso não existe??
:
Eu estava pensando em 2 pessoas se amando...
Difícil existir isso então... acreditar que 2 pessoas possam se amar ao mesmo tempo... Será que sempre um ama quando o outro não?

Se estiver amando e sendo amado, isso significa que nesse exato momento existem 2 pessoas se odiando, se separando ou se desamando?

De repente dá até pra ampliar essa idéia... Mas fico pensando que não é muito justo... não me soa como um equilíbrio propriamente dito...
Ou então teremos que acreditar em coincidência também, acaso... sorte até?

Duas pessoas se encontrarem em sintonia perfeita...
Muito raro isso.

Tem coisas que a gente atrai, e têm outras em que somos atraídos pelo universo... Temos sempre que aprender alguma lição.

Mas se pensarmos em leis de atração, aparece um viez maior ...
Por que, então, ficam 2 forças atuando ao mesmo tempo... 2 leis...
A lei de compensação e lei de atração... ao mesmo tempo.
Eu acho que elas brigam entre si... não sei... não estou convencido dessa historia da lei de compensação ser tão universal assim...

A infelicidade de outros depender da nossa felicidade? Ou vice-versa?

Consolador talvez, pensar em alguém ser feliz quando me entristeço...
Mas não me parece nem um pouco justo... nem um pouco.
...
Mas o fato é que quando esse amigo morreu,
a única coisa que pude pensar quando soube,
é que naquele instante...
uma nova vida estaria nascendo em algum outro lugar...

Revés

O fato,
o revés do tato.
O corte rente,
na carne.
A mente...
A luz, apavorada
Sente na pele.
Um ardor, um temor.
A angústia já vivida, já sofrida.
Despercebida.
O frio aço da lâmina...
Descontente e prateado.
Irreversivelmente
a mente se desloca.
Pois, já transpassada,
a mente se reverte.
Cobrindo com o véu,
a dor inconsciente da insanidade.
Translúcida...
Alucinadoramente...
(alucina a dor e a mente)
Fatal, mas
sobrevivente...

quarta-feira, 8 de outubro de 2008

Chuva



Hoje eu sai na chuva...
Há muito tempo que eu não fazia algo que me deixava realmente feliz: tomar chuva...
Apesar do frio e do vento gelado, lavei um pouco a minha alma.

Afoguei-me em cada gota que caia... em cada afeto que se esvaia.
Encharcado... naquela manhã solitária.
Com minha alma gelada... senti tocar cada pingo da chuva fria.

Hoje eu sai na chuva...
Com a alma feliz e gelada...


(PS: é uma pena como a gente vai deixando de fazer as pequenas coisas que fazem bem pra gente... Que faz a nossa alma mais feliz, como diria meu amigo Fre).

terça-feira, 7 de outubro de 2008

Migalhas...




Aprendi a não mendigar por migalhas de afeto... (eu acho)
Uma palavra apenas... um gesto que seja...
Em vida... aos pedaços... ou inteiro...

segunda-feira, 6 de outubro de 2008

Sabotagem



Eu acho que essa é a palavra certa...
Auto-sabotagem.
É incrível como a gente vive criando ciladas pra gente mesmo na vida.
Quando a gente percebe, é tarde demais (geralmente).
E a bomba explode...
E mais uma vez morremos um pouco... por inteiro...
Ou melhor, nos matamos um pouco... ou um pedaço da gente, que seja...
Mais uma vez...
.
Mais uma vez...
Nós mesmos causamos o nosso morrer...
Aos poucos...
E é burrice não aprender com os erros.
.
E me vejo em mais uma cilada... criada por mim mesmo...
Novamente...
.
Mas sinto falta...
... mais uma vez.

domingo, 5 de outubro de 2008

Vício


Tonto de amor
embriagado de você.
Mesmo que no dia seguinte
esteja de ressaca...
Droga...
Mal estar e dor de cabeça.
Com meu sangue
cheirando prazer
Quero ser exorcizado.
Chapado de desejo,
viciado em você.
Impregnado, até o coração.
Que seja feita
uma sangria.
Que descubram um remédio...
Droga...
Que inventem uma vacina...

Que me curem de você.

sábado, 4 de outubro de 2008

Arte!


Toma nosso corpo, invade nossa mente, contamina nosso sangue e se instala em nossas entranhas...

Como um vírus...

Partículas que se espalham por todo nosso corpo, mobilizam nossos movimentos e vicia nossos pensamentos...

Somos tomados por inteiro até perdermos nosso controle...

Compromete nossos sentidos fazendo-nos irracionais e ai...

...nada mais há a fazer...

sexta-feira, 3 de outubro de 2008

Dança

Estampado na carne, pudor.
A navalha cortando, a dor.
Bailando na pele, suor.

O corpo brando, vibrando.
O sangue correndo, cortando.
O sentimento pulsando, bailando.

A coerência simultânea.
A dança.
A coexistência.

O rumor.
O tumor.
O pavor.
O sepulcro do amor.
O amor estampado na carne, sangrenta.
Bailando no baixo-ventre da humanidade...

Angústia

O último suspiro,
a última palavra,
a última esperança...
Sonhos esperados...

Sonhos sonhados numa noite fria de inverno,
no centro da cidade...
Bebendo uma dose de vodka vagabunda,
num bar de esquina qualquer.

Êxtase

Pelos pés, pelas mãos
Pelos pulsos, pelos braços
Pelos ombros
Pelo pescoço, que me agarro.
Pela nuca, pela testa
Pela boca, que me beija.
Pelos dentes... caninos
Pelos cabelos...
Pelas orelhas, que me escuta.
Pelo nariz, que sente cheiros.
Pelas costas, que tanto gostas.
Pelo peito, que respira.
Pela barriga, pelo umbigo
Pelas pernas, que me enrosca.
Pelos joelhos,
Pelos cotovelos,
Pelos tornozelos...
Pelas unhas,
que me arranha.
Pelos dedos,
que me toca.
Pelos olhos,
que me fita.
Pela pele,
que me sente.
Pelos pêlos,
que se arrepiam.
Pelos poros,
que transpiram.
Pelo amor
Por você...

Por tato
Por cheiro
Por gosto
Por desejo
Por olhar
Por língua
Por sensação
Por inibição
Por sedução
Por beijos
Por corpo
Por prazer
Por pele
Por pêlos
Por poros
Por amor
Com você...



Com carinho
Com afeto
Com saudades
Com alegrias
Com tristezas
Com segurança
Com confiança
Com prazer
Com respeito
Com amizade
Com pele
Com pêlos
Com poros
Com amor
Pra você...

quarta-feira, 1 de outubro de 2008

Esias & Étas


Pô... !


Um Poema Cênico em 6 Fragmentos...

FRAGMENTO N.º 1 - A Angústia

FRAGMENTO N.º 2 - A Ruptura

FRAGMENTO N.º 3 - A Elucubração

FRAGMENTO N.º 4 - A Realidade

FRAGMENTO N.º 5 - A Perda

FRAGMENTO N.º 6 - O Fim (ou O Início...)

Sou um homem amordaçado, a minha palavra não deve ser ouvida...
Sinto minha identidade ameaçada, negada.
Só me restam três únicos recursos...
O silêncio... A loucura... Ou a morte...


Foco de luz fecha no papel solto no chão. Black Out.
Fecham-se as cortinas.

terça-feira, 30 de setembro de 2008

...

"Não desças os degraus do sonho...
Não desças, não subas, fica.
O mistério está é na tua vida!
E é um sonho louco este nosso mundo..."
(Mário Quintana)

Out




As vezes queria estar aqui... assim...
...
completamente...
...alienado...
... de todo e qualquer sentimento.

segunda-feira, 29 de setembro de 2008

Ciclos

Queria morrer um pouco agora, hoje...
Só um pouquinho...
que seja...

Não me faria falta...

Nenhuma!!!

Mountains and sea...

what i am to you is not real
what i am to you you do not need
what i am to you is not what you mean to me
you give me miles and miles of mountains...
and i’ll ask for the sea...

Hoje II

O que me buscas... o que procuro...
A saída está longe, não a vejo...
...se pelo menos houvessem lanterninhas (como nos cinemas de antigamente) indicando nosso lugar marcado nessa vida.
— Malditos lanterninhas que quando a gente precisa não aparecem...

Hoje

Resolvi re-criar meu blog... achei minhas postagens antigas e até pensei em re-postar aqui... mas... o que já foi, foi... então é como começar do zero novamente...
Hoje...