sábado, 18 de outubro de 2008

Restos...


Sinto uma parte do meu coração inerte,
como um infarto parcial...
Um pedaço dele jaz morto em meu peito.
Sem um fio de vida sequer, ele apodrece, definha e escurece.

Causa uma dor enorme sentir uma parte de si mesmo morrer.
Sentir um pedaço da gente esvaindo-se por pura falta,
por puro descaso, por puro desamor...

Mas a natureza é sábia.
Enquanto uma parte morre, sinto outra nascer, brotar, florescer dentro de mim...

Mas a intensidade da dor de um amor morrendo é inevitável...

Então, com um olhar sob esse novo coração, inteiro, ainda que como em um paradoxo, tento continuar...
— e consigo —
mas no meio desse processo me resta ainda viver o luto.

(Escrevi isso no começo desse ano. E, como num ciclo, penso nisso de vez em quando e por isso postei aqui hoje. Tudo são ciclos... Inevitável.)

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