sexta-feira, 28 de novembro de 2008

Ausência.

Mais um dia,
Mais uma noite...
Fria!
...e sem vc!

Entendo a distância.
Entendo o tempo e as circustâncias.


Mas queria-me o coração seco, por vezes
ou até a mais plena e perfeita ignorância...
Para não sofrer com tua ausência
ou ter que viver dessa saudade.

quarta-feira, 26 de novembro de 2008

Um pequeno intervalo para Quintana...


"Quando duas pessoas fazem amor
Nao estão apenas fazendo amor
Estao dando corda ao relogio do mundo"

Mario Quintana

sábado, 22 de novembro de 2008

Pausa


Uma pausa apenas.
Queria minha vida em estado de pausa...
... por um tempo.
.
Queria perpertuar um momento...

Quem sabe assim
a distância se torne menor,
o tempo passe mais rápido,
o espaço seja mais curto,
e o coração sofra menos.

Quem sabe...

quinta-feira, 20 de novembro de 2008

3:AM Magazine Brasil

Estou até constrangido em fazer esse post...

O Beto Canales, novo editor, juntamente com a Jana, do site 3:AM Magazine Brasil, me convidou para mandar algum material para ser publicado no site. Para minha surpresa eles gostaram e publicaram.

Se puderem dêem uma passada por ...

Meu muito obrigado ao Beto, a Jana, a Zan e ao site 3:AM Magazine Brasil (que é o lado brasileiro do 3:AM Magazine, em inglês).

Obrigado também ao Adriano Queiroz do Palavrinhas & Palavrões, pela força e incentivo.

Abração, de coração.

=)



PS: Ah, sim... meu nome é Fábio Mráz mesmo... (rs)

terça-feira, 18 de novembro de 2008

Nada


Hoje o vento soprou sobre o meu corpo
Mas não voei pra lugar algum...

Hoje o sol acariciou meu rosto
Mas não aqueci lugar algum...

Hoje o chão caminhou sob os meus pés
Mas não cheguei a lugar algum...

Mas a vida me deixou marcas...

Hoje eu me senti um nada,
em lugar algum ...

sábado, 15 de novembro de 2008

Trouxa!


Às vezes me sinto um trouxa.

E olha que (por outras razões que nem vale a pena comentar aqui) já fui muitas vezes enganado e outras tantas mais, usado. E aprendi com tudo que já passei. Hoje em dia tenho mais cuidado nas relações humanas, pelo menos eu acho que um pouco mais de cuidado eu tenho sim. Ou eu tento ter.

Mas eu falo tudo isso somente quando cai a ficha de, mais uma vez, ter sido usado ou enganado. Daqui a pouco essa sensação passa. Eu sei disso, me conheço.

Mas é engraçado mesmo como a gente pode se enganar com as pessoas. E eu sou assim, tenho esse lado, me engano muito fácil com as pessoas.
Isso sempre me atrapalhou um pouco.

Muitas vezes, depois, claro, quando me sinto usado ou rejeitado, me acompanha um sentimento, não de revolta, mas de inconformismo. Prometo pra mim mesmo que nunca mais vou me deixar “enganar”, que vou prestar mais atenção, que vou ser mais esperto... enfim, prerrogativas que me vem a cabeça somente nessa horas de inconformismo e frustração (sim, frustração comigo mesmo).

Mas de nada adianta, depois de meia hora, eu já estarei completamente vulnerável a me enganar com o outro novamente.

Admitir que isso é um defeito que eu tenho?
Ok, eu admito!
Mas, fazer o quê?

Nem sei se é exatamente esse lado meu que me faz ser quem eu sou.

Acredito, acredito mesmo nas pessoas. E vou continuar acreditando.

Na minha vida conheci pessoas muito especiais, que tenho muito orgulho de ter conhecido. E acho que exatamente por causa dessas pessoas que cruzaram meu caminho durante minha vida, é que continuo com esse meu defeito... e digo aqui que vou continuar.

Eu acredito na boa fé dos outros. Sempre!
Mesmo por que, no dia que eu deixar de acreditar, esse mundo e a vida não farão mais sentido nenhum. Mesmo.

Que mundo será esse, se não acreditarmos mais no outro?

Continuo (conscientemente) dando murro em ponta de faca, cabeçada na parede e levando balde d’água gelada na cara...

(e eu espero que cada vez menos)

Vai ver que é bom...
... pra aprender, algum dia, a deixar de ser trouxa.
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E como se diz por ai, o pior de ser trouxa é quando não se percebe que está sendo trouxa... ou quando só descobre que foi trouxa muito tempo depois.

quarta-feira, 12 de novembro de 2008

Esquinas












* Instalação "Quarteirão" de Ana Holck (2004)


Numa das esquinas da vida encontrei você.
Andamos juntos,
lado a lado,
por todo aquele quarteirão de vida...
Como se nunca tivesse fim...


Mas o fim chegou,
e na esquina seguinte,
você virou...


E seguiu.

segunda-feira, 10 de novembro de 2008

Prazo de Validade


I’m running out of time…
… our time.
It’s sold out.
It’s out of date.
It’s over...

É isso!
Estou ficando sem tempo...

sábado, 8 de novembro de 2008

Sarajevo (em mim)

*Foto: O que restou da Biblioteca Nacional de Sarajevo após os conflitos étnicos nos Balcãs.


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Aquela noite não consegui dormir. Rolava na cama de um lado para o outro e minha cabeça não parava de pensar... de pensar em 1 zilhão de coisas ao mesmo tempo e mesmo assim pensar em nada... no vazio. Finalmente, lá pelas tantas da madrugada, acabei dormindo e sonhei que estava em Sarajevo. Sim, ainda na época dos conflitos sanguinários que culminaram com a extinção da antiga Iugoslávia.
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Era como se eu estivesse esperando por um ônibus, num local de fronteira religiosa como tinham tantas naquela região... Algumas outras pessoas estavam por ali também, à espera.
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Ninguém falava nada, o silêncio era aterrorizante, uma leve brisa silenciosa tocava em meu rosto e uma nervosa apreensão pairava no ar. Todos estavam com expressões tensas em seus rostos. Tristes, eu diria. Era como se a pessoa ao seu lado pudesse ser um inimigo mortal e mesmo assim todos apavorados e letárgicos.
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Acordei assustado... e voltei a dormir novamente. O sonho continuava. Encontrava-me agora em uma casa sombria, como um mosteiro. Tudo estava em silêncio, quando de repente, uma sirene dispara e poucos segundos depois, começam a explodir bombas em toda parte. Estávamos sendo bombardeados. Havia padres na casa, que surgiam não sei de onde, e que corriam para se proteger. Vestiam batinas pretas, botinas velhas e surradas, eram jovens e bonitos...
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Tentei correr para me abrigar também, mas sentia-me paralisado. Era como se estivesse ali, no meio daquela confusão apenas como observador. Apesar do pavor e da destruição a minha volta, era como se existisse uma certeza, intrínseca, de que eu não iria me ferir.
Mas o medo era real, ele existia em mim, naquele momento de pânico. De repente, apenas há poucos metros de onde eu estava, uma bomba explode, bem ao lado de um jovem padre que tentava se proteger. Voam pedaços do corpo do jovem padre e da casa para todos os lados e um enorme buraco abre-se no teto. Sinto meu corpo sendo atingido por fragmentos de tijolos, carne humana e sangue...
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Olho para cima e vejo um céu estrelado como talvez nunca tivesse visto... Uma linda noite estrelada de inverno... Dava para ver ainda um avião passando alto, com seu rastro, voando suavemente muito alto sobre a casa e... acordo.
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Não conseguia mais dormir.
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3:20 da manhã.
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Visto minhas calças, uma camiseta e meu velho tênis.
Pego carteira, chaves, celular e meu maço de cigarros e saio para caminhar pela Avenida Paulista, pensando...
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Que guerra é essa que estou travando dentro de mim?

Quereres


Quero-te...

muito
bem...

...para desejar-te
mal.
.
E por desejar-te tanto...
.
...bem
.
Mal...
... por não te ter.

sexta-feira, 7 de novembro de 2008

Lembranças

Não sei...
As vezes me vem, vagamente a memória, lembranças de estar há vários dias em uma...
Parece-me uma antiga estação de trem...
Uma certa confusão... fazia um frio de rachar, várias pessoas passando, rostos desconhecidos... E eu nem sabendo o que estava fazendo lá.

É como se não tivesse para onde ir...

Em alguns momentos durante o dia, o movimento aumentava... pessoas caminhando apressadas... muito barulho... e durante a noite, silêncio, apenas uma ou outra pessoa que passava em passos largos...

O que eu estava fazendo naquele lugar ?...
Sentia-me queimar o estômago e meus dentes batiam de frio.
Eu não sabia onde estava, nem porque estava ali, eu simplesmente estava.

Quando me dei por mim, ali naquela estação, revirei meus bolsos e só encontrei algumas moedas e um velho bilhete de metrô.
E nesse exato momento foi que tentei lembrar meu nome, pelo menos o meu nome... e constatei apavorado que nem meu nome eu lembrava.

O que eu estava fazendo ali ? Por quê ? Há quanto tempo eu estava vagando por aquela estação? Qual era o meu nome ? Qual era a minha idade ?...

Perguntas, perguntas, perguntas que não cessavam...

Lembro-me agora que durante 3 dias aproximadamente, essas perguntas me atormentaram a alma...
Mas chegou um ponto em que a angústia me tomou por inteiro. Impediu-me de continuar a raciocinar e simplesmente, parei de pensar...

E continuei a vagar por aquela estação, tentando apenas sobreviver...
Pegando restos de comida pelas lixeiras para me alimentar e andando...
... andando para não me lembrar... andando para não congelar meus frios e úmidos pés.

quarta-feira, 5 de novembro de 2008

Weight


To me sentido leve...
Meu coração descarregou,
Suave...

Emagreci!
Na alma, na mente e no coração...
Expulsei de mim, o peso que carregava.
Sem nem ao menos saber o por quê.

E, como uma pluma a flutuar,
no ar...
Leve estou... na alma.

Emagreci!
(onde eu mais estava pesado...)

Brilhos e Lágrimas


Sorrir, chorar
As saudades, mutilar
As esperanças, acreditar

E sorrir...
As lágrimas derramadas.
E chorar...
Os risos dedicados.
E juntar...
Os pedaços quebrados.

As saudades, as desavenças, as esperanças.
Sorrir...
Numa paz que possa te encontrar
Te fazer chorar...
Te fazer sorrir...

terça-feira, 4 de novembro de 2008

Passos


Hoje, andando pela rua,
caminhei sem passos...

Já faz um tempo que nossos pés se desencontraram,
...que não seguem mais pelo mesmo chão.
.
Os caminhos já não são mais os mesmos...
Onde piso, já não encontro mais você.
.
Vou seguindo... vou caminhando...
Só sei que vou...
Para onde irei, eu não sei...
O chão vai me levar.

Quem me guiará?
Meus pés...
... o chão...
e o meu coração!

domingo, 2 de novembro de 2008

Quanto vale?




Ai, que meu coração já valeu bem mais que um punhado de ar...
...que uma palavra não dita...
...que o silêncio sepulcral dos seus lábios.

sábado, 1 de novembro de 2008

Despedida




A busca frenética
Hermética.
O mundo aqui fora
Lá dentro a vida...
Ou vice-versa.
Não há mais saída.
Não há mais sorrisos
Não há mais alegria
Não há mais tempo...
Simplesmente,
Queria te ver...
...mais uma vez.

Reflexão

(à Alberto Caeiro)

Um reflexo refletindo um espelho.
Na alma,
se distorce o espelho.

Um reflexo refletindo uma alma.
No espelho,
se distorce a alma.

Uma alma, um espelho.
Um reflexo, uma imagem.

Um espelho, uma imagem certa.
Uma alma, um reflexo incerto.

A imagem de uma alma,
refletida num espelho.

Uma alma que se quebra,
assim como um espelho.