terça-feira, 21 de outubro de 2008

Amistad


Tenho me sentido órfão de amigos ultimamente... fisicamente...
Eu sei quem reside em meu coração...
Talvez eu só tenha percebido agora, que o tempo passou.
As velhas amizades, aquelas verdadeiras se foram por esse mundo afora.
E me intriga isso.
Sempre se ouve esse tipo de história quando se é do interior, de uma cidade pequena, quando o mundo extravasa aqueles limites do município onde se nasceu e se criou. Tudo fica pequeno demais pro tamanho da própria vida e não resta outra coisa a fazer além de sair pro mundo...
E é ai que é estranho, nasci em uma capital, cidade grande, e mesmo me considerando um cidadão do mundo, por tantos lugares em que já morei e vivi, sempre foram cidades grandes, capitais... Fui deixando minhas raízes crescendo em todos essas cidades, e principalmente aqui em São Paulo, onde mais vivi até hoje... e aqui, onde mantive minhas amizades mais sinceras e verdadeiras, é onde me sinto mais órfão...
Meus amigos se foram para o mundo... fizeram o caminho inverso... foram para cidades pequenas e longínquas, pelo interior desse nosso Brasil...
Acredito que a amizade seja um movimento... novas amizades vão se formando, as velhas se mantendo... sempre acrescentando...
Será que o culpado sou eu? Será que não consegui manter os meus amigos perto de mim? Nesse mundo louco que a gente vive, qual a minha parcela de culpa em ter-me feito órfão de meus amigos? E as novas amizades? Será que, a partir de uma certa idade, não se é possível criar novas amizades?
A amizade nasce com o tempo, com a convivência... Será que não prestei a atenção devida a esse tempo que não para de passar?
Como cidadão desse mundão de meu Deus, sei da minha parcela de culpa, afinal fui eu quem sempre foi embora pra depois voltar... e sempre deixando raízes, tenho certeza disso.
Acho que tenho que admitir que, antagonicamente, dessa vez, sou eu que estou me sentindo “abandonado” das minhas amizades. Foram elas que foram embora e eu fiquei... Sei que elas continuam dentro de mim... nunca irão morrer, mas...
Criar novas amizades?
Será que o tempo permitirá?
Existe tempo pra isso?
Ou será que está na hora de, mais uma vez, sair em busca de uma nova paragem?
Tenho me sentido órfão de amigos ultimamente...

Pode ser mais fácil...uma nova cidade... novas amizades...

5 comentários:

Anônimo disse...

bom, o lugar pode ser um bom determinante pra se fazer amizade? nao dpende da gente mesmo! meu que luta pra fazer amizade com este povo aqui, o Canada e bonito e outras coisas, mas tem horas que nao da! claro, apenas uma questao cultural que com o tempo a gente vai entendendo. Agora, eu tbm nao entendo, como as pessoas vao nos nos distanciamos dos amigos ou vice-versa, por mais que vc tenha orkut ou escreva email, as coisas mudam, a vida sempre muda, pra mim, sempre eh tempo de se fazer novos amigos, nao que vamos esquecer dos antigos, nao! mas por que nao construir novas pontes?
ah! finalmente fiz amizade com um casal canadense, sendo estudante de ingles aqui e muito mais dificil, mas eles sao muito gente fina! esta e a minha nova ponte!
um forte abraco.

Vâmvú disse...

Concordo plenamente com vc, Bruno, em tudo, sei bem como é essa experiência de tentar construir novas amizades ainda mais com pessoas de cultura diferente. Mas independente de culturas, percebo hoje em dia que essa luta é em qualquer lugar... mas depende muito da gente mesmo. Mas é dificil... tenho notado isso.. enfim... sempre é tempo sim de construir novas amizades, pelo menos acredito nisso sim... no dia que eu deixar de acreditar eu não to mais vivo. rsrs
Força ai pra vc, sempre vale a pena...
Abração

Anônimo disse...

F. Pessoa ja disse; "tudo vale a pena quando a alma nao e pequena" sei que parece cliche, mas e uma certeza, vc tem certeza disso entao siga em frente!
Abracao e obrigado pelas palavras de forca!

Anônimo disse...

Vâmvú, os amigos vâmsè, mas continuam. Quando, a gente, não está amando, dá solidão. Bah! Nem sabe como, carência tem a ver com convergência! Forte, mas forte mesmo... abraço! (nem comentei, teu excelente texto)

Vâmvú disse...

Disse tudo, Ricardo.
Valeu!
Abração